terça-feira, 16 de abril de 2013

Problema De Saudade.


Saudade me cativa até um momento "x", no qual a distância é apenas um a multiplicador da vontade de te ter ao meu lado. Tal momento é medido através da permanência de teu cheiro em meus lençóis, da lembrança do teu sorriso em minha mente e teu toque em minha pele. Muitas variáveis que variam de acordo com o quão te fazes presente e importante em minha vida.
Saudade me afasta a partir de um momento "x + 1".
Equação complexa, porém de fácil resolução, simplificando a equação e transformando as variáveis em constantes, eis a solução: Você comigo, e os dois somando, dividindo e multiplicando emoções.
Simples, principalmente para quem prefere sentir, viver, sem muito calcular.

Ao Ponto.

O tempero tem que ser exato e como pediria Chico: um pouco de açúcar e afeto.
Mas qual a medida certa? Que modo é o correto? Como não errar na mão? Qual a receita predileta? Qual o tempo de preparo? Que temperatura? Sagacidade ou auto preservação? Sutileza ou indiscrição?
Eis a receita mais complexa: Como preparar um coração.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Do Meio Pro Fim.

Juntos, vimos filmes juntos, saímos juntos, ficamos em casa juntos, almoçamos, jantamos, dormimos, juntos. 
Mesmo juntos, não gostamos dos mesmos filmes, não curtimos os mesmos locais, não sou tão caseira, faço dieta pra emagrecer, ele para engordar, adoro sushi, ele odeia qualquer fruto do mar, tenho sono leve, ele o ronco de um trator, mas aguentamos firme, juntos.
Por amor, abri mão do meu filme musical para ver o filme de terror, ele viu aquela comédia romântica e depois a reprovou, fui no pagode e não me diverti, ele foi no reggae e desaprovou, tinha um jazz legal num bar descolado mas ficamos em casa vendo Zorra Total, outro dia fomos no tal bar legal e no meio da primeira banda fomos embora, comi pizza e no outro dia malhei insanamente, ele comeu salada comigo e pediu uma picanha e um chopp para acompanhar, depois de uma noite juntos eu tinha o sono acumulado para uma semana ele acordava renovado, mas para que preocupar-se se tínhamos(?!) tudo para dar certo.
Por amor, confiamos em nosso amor, vi meus romances e ele seus filmes frenéticos, assisti recitais shows de jazz, ele curtiu o pagode, preparei minha salada, ele pediu delivery de fast food, eu passava mais tempo na minha casa e não tinha mais noites insones, separados, mas juntos.
Os telefonemas ficaram mais sistemáticos, as mensagens quase robóticas, a convivência eventual, o toque escasso, apenas beijos de chegada, despedida, comemorativos e preliminares. Minha vida saiu da tua e tua vida da minha, ficamos sem assunto, sem desejo, a única coisa em comum era a consciência de que na verdade nunca tivemos nada em comum. Lembramos como é bom fazer o que gostamos e ter nossa individualidade, aprendemos que afinidade não se cria, ela acontece.
Separados, iniciamos uma nova história, que na verdade são duas: a tua e a minha. Agora dois estranhos, começando juntos uma nova vida, separados.