domingo, 29 de maio de 2011

Expectativa.

"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e descobrirei o preço da felicidade!"
[O Pequeno Príncipe -Antoine Saint-Exupéry]
Como é boa a sensação de frio na barriga, mãos inquietas, calafrio na espinha, coração palpitante. Como é bom ter expectativa, imaginar momentos, visualizar situações, ensaiar diálogos, mesmo sabendo que na hora provavelmente nada sairá como no "ensaio".
Criar expectativas ou abrir espaço para que a outra pessoa as crie, sem que a possibilidade de cumpri-las exista chega a ser cruel. 
Sempre estou me policiando para não criar tal sentimento em relação aos outros, mas as vezes é inevitável, pois é muito difícil decifrar alguns sinais que as pessoas nos enviam, ainda mais quando há sentimento envolvido. Engraçado como uma simples palavra vinda de quem gostamos significa para nós,  da mesma forma que nos sentimos despedaçadas quando esta palavra é dura ou indiferente.
Bom seria se todas as expectativas fossem atingidas, os sentimentos correspondidos e a indiferença não fizesse diferença.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Diva Renascentista.


Renoir, famoso pintor impressionista francês que viveu entre o final do século XIX e início do século XX, retratava suas divas na plenitude da forma feminina em seu período renascentista. Essas divas eram roliças, voluptuosas, carnudas, curvilíneas, consistentes, rechonchudas...
Mulheres reais, adoravelmente reais, invejavelmente reais.
Divas retratadas de maneira doce, suave mas sexy, incrivelmente sexy. Desincubidas da árdua tarefa de manter o peso abaixo de valores naturalmente humanos, as fofinhas de Renoir podiam despir-se tranquilamente.
Por causa dessa sociedade e seu padrão almejo uma calça 38 como quem anseia por uma vaga no céu.
Ah! Como eram felizes as mulheres de Renoir!
Desconheciam photoshop, não nomeavam cada buraquinho que surgisse em sua coxa, não eram taxadas por um número ideal, não suavam desesperadamente em academias, não sabiam de cor a tabela calórica. E por falar em calorias... como são deliciosas, quem inventou as calorias, com certeza, foi o diabo.
Padrão de beleza é semelhante a moda, já houve um passado não muito distante que os "mulets" tomavam as cabeças masculinas e todos achavam o máximo, hoje é sinônimo de cafona. É fato que a moda vai e volta, assim sendo, aguardo ansiosamente para que o "padrão Renoir" esteja de volta, adoraria ser uma diva renascentista.