quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A Esmo.

Olhos escuros e mareados com seu olhar fixo porém distante que atraíam pelo mistério que eles causavam, armadilha quase fatal quando o doce olhar era acompanhado de um sorriso de canto de boca, boca inquieta e faminta, que entreaberta faz chame mordiscando os lábios embebidos do mais potente entre os entorpecentes, um puro néctar cuja falta causa fortes sintomas de abstinência, boca da qual saem palavras inebriantes, macias, doces, quentes, firmes, desinibidas, todas no exato momento que lhes cabem, palavra que junto com toques precisos, beijos inesperados e abraços apertados, foram armadilhas deste caçador.
Do teu peito fiz meu travesseiro, dos nossos corpos nas noites frias ou não nos fizemos de aquecedor, teus braços foram meu refúgio, do teu coração tentei fazer morada, mas fiquei a esmo neste terreno inabitável, onde nem um abrigo há, assim a presa se foi, mesmo querendo ficar.

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